segunda-feira, 27 de março de 2017

SOB O SIGNO DE ÁRIES









Olá
Como vocês já devem ter percebido, já estão aqui alguns trabalhos novos da série Sereiou. Um mês intenso de trabalho, mas que me deixou muito feliz com o resultado obtido, aliás, em tudo, absolutamente tudo que fiz e pensei e cantei e refiz. Foram dias incansáveis, tendo que abrir mão de muitas coisas, mas não me queixo e sim celebro tudo isso (ariano, então já viu). Até os quadros que não se realizaram como planejei, tiveram seu destaque, afinal como já nos ensinou Clarice Lispector, "não sabemos qual defeito sustenta o nosso prédio inteiro", não é mores? Cabe aqui uma observação importante. Muitos artistas passam anos e anos numa luta inglória, em busca de um estilo, uma linguagem, uma marca que os diferencie dos demais artistas, nesse vasto mar de galerias, bienais, muros e afins, desse mundo de meu Deus. O meu estilo, essa colagem "barroca" que eles chamam por aqui, tal minha paixão por imagens carregadas e floreadas, com um toque de rebeldia, pois bem, isso se deve a tentativa e, principalmente, aos erros! Assumo. Só quando resolvi me libertar da colagem clássica e misturar tinta acrílica e spray e cobrir as imagens com muitas e muitas camadas é que, realmente, encontrei o meu caminho. Flerto com todas as outras formas, surrealista, cubista, geométrica, mas a minha paixão é pelo que chamo de "samba do crioulo doido visual". Tem muito a ver com o meu DNA mutante e é por isso que gosto cada vez mais dessas novas colagens. Entra aqui outro aspecto importante da arte e que muitas pessoas desprezam ou se confunde com exibicionismo: a observação. Sou absolutamente obsessivo, quando se trata de um trabalho. Fico horas naquela batalha que é deixá-la no ponto em que meus olhos fatigados apenas me dizem: é isso! CHEGA! Então, se um dia me pedirem algum conselho, nesse sentido, apenas direi: sente-se em frente a sua tela e observe. Observe muito. Um duelo, mesmo. Faço isso e quase sempre saio vencedor. Quero dizer, fico satisfeito.
Esses trabalhos novos foram produzidos em pleno inferno astral e tenho também que agradecer aos astros por tanta energia boa! Saturno foi bem amigo, minha gente! Tudo alinhado para que eu não pirasse, porque sou desses cujas pequenas coisas negativas tem o poder de me colocar pra baixo. Daí entra em cena satanÁries, com ajuda de Marte, e me dá um soco na cara e me coloca de pé em dois segundos. Temos essa vantagem, desculpa rs. Provocações à parte, só para vocês terem uma noção: roubaram a minha bike, a minha querida e inesquecível Beatriz, companheira fiel há 3 anos, ouvi o não de uma galeria que já expus aqui, quase perdi minha luva favorita e outras coisas tristes que não vale nem a pena citar, mas, mesmo assim, continuei firme e forte. Num dia desses, estava tão melancólico, tão borocoxô, que isso até se refletiu num quadro que chamei de "Sereia com balão e uma rosa". Esse quadro sou eu! Aquela melancolia que inspira compaixão, aquele cinza inquieto em volta e aqueles olhos muito infantis, para dizer que ainda sonha. E não falta afeto também, o balão tremulando num céu de incertezas e "eu" firme, lá, sentado com a minha rosa, com o meu coração em azul. Cheio de gratidão e afeto. Bom, agora está tudo muito mais calmo, meu aniversário já passou, já descansei um pouco (em parte), já enchi o saco do Tiago mil vezes, então só tenho uma dúvida: será que os próximos meses serão sempre assim? Ou porque é primavera lá fora, será primavera também em mim? Volto pra contar. Até mais!

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