segunda-feira, 25 de maio de 2009

NA ILHA, NA VILA, NO MAR: NUNCA DEIXE DE VOAR

Do Livro...

...Para o Palco

Prometi que voltava voando e voltei mesmo. Como já havia deixado no ar, estava escrevendo uma peça, mas não dei muitos detalhes sobre ela. Agora que já começou a sua divulgação, que a realização é oficial, posso falar um pouco mais. Trata-se de uma peça infantil chamada “Na Ilha, Na Vila, No Mar: Nunca Deixe de Voar, com estreia prevista para 06 de junho, no Teatro Commune, Rua da Consolação, 1.218 (ao lado do Mackenzie e do TRT, sentido centro-paulista), em São Paulo. Aos sábados às 11:00 h e aos domingos às 15:00 h. Espero todos vocês lá!

Confesso que nunca havia pensado em escrever para crianças, mas acabei descobrindo o quanto é prazeroso criar histórias para elas. Não há aquela cobrança exagerada em acertar, basta escrever com o coração e tudo flui e termina dando muito certo. O convite surgiu através do Alexandre Acquiste, diretor da peça, que eu já conhecia há algum tempo, mas havia perdido o contato. A concepção do espetáculo, no entanto, já existia e, embora isso seja mais arriscado para quem costuma direcionar seus próprios projetos, aceitei a empreitada. Um risco também porque já estava com os quadros da minha exposição em andamento. Temi não dar conta do recado, mas optei por dar um tempo nas telas e pincéis, o que foi bom também, e mergulhei de cabeça no universo dos pássaros, os bichinhos que emprestam suas vidas aos personagens.

A peça é inspirada no livro “Meu Amigo Jim”, da escritora Kitty Crowther, e conta a história da amizade entre dois pássaros, Jack e Jim, um melro e uma gaivota respectivamente, sob o olhar atento de duas vizinhas bem fofoqueiras. Optamos por tratar de forma sensível, poética, com naturalidade, assuntos ainda hoje tabus como preconceito racial e homossexualidade. O incentivo à leitura também aparece com destaque. Sou suspeito, claro, mas não posso deixar de falar que o texto me emocionou bastante e tenho certeza de que vai acontecer o mesmo com quem for assisti-la.

Escolhi um trecho para vocês ficarem com água na boca, o momento em que Jack realiza o seu sonho de conhecer o mar.


JIM
...Chegamos. Que tal, hein? Não é bonito como eu falei?

JACK
...É lindo, Jim!...

JIM
...Você não viu nada ainda. Com bastante sol, o mar fica azulzinho, azulzinho.

JACK
...Quanta água!!!!

JIM
...É, é água que não acaba mais!!!

JACK
...Ainda bem porque eu adoro tomar banho.

JIM
...Mas no outono as águas são geladas, Jack.

JACK
...Eu não me importo.

JIM
...Eu gosto mesmo é desse pôr-do-sol. O céu fica tão bonito com esse tom de laranja e rosa. Parece até que Deus está pintando uma aquarela.

JACK
...E se vem a noite é porque Ele não gostou e escureceu tudo, não é?

JIM
...(num meio sorriso) Isso mesmo.

JACK
...E, no dia seguinte, é como se Ele começasse a pintar tudo de novo.

JIM
...(outro meio sorriso) É verdade. (tom) Você é muito inteligente, Jack.

Quem nunca trabalhou com teatro, não deve saber que a melhor definição pra ele é “um parto”. No caso específico de "Na Ilha...", uma cesariana, sem anestesia. Dias e dias discutindo os detalhes, buscando soluções cênicas e criativas para passagens inteiras do texto, enfim, enfrentando problemas também, porque todo trabalho coletivo não está imune a isso, mas, assim que coloquei o ponto final no texto, fui preenchido com aquela sensação gostosa de que valeu muito a pena. E a vida segue voando. Abração!

terça-feira, 12 de maio de 2009

VOANDO, VOANDO

"Pés, para quê os quero, se tenho asas para voar".

Na bagunça do meu "coração"

Boneco de cera do Madame Trussard rs

Já faz algum tempinho que queria "pousar" aqui, mas ultimamente tenho feito tantas coisas que o meu pouco tempo livre tenho usado pra ler ou dormir. Não tenho encontrado os amigos, zero de vida sexual, totalmente entregue a esse momento criativo da minha vida. Espero que vocês desculpem a minha ausência. Quero também agradecer os comentários do último post, muitas pessoas gostaram de “Um Milagre Para a Estrela Azul” e isso me deixou bastante feliz. Aos poucos, vou comentando nos blogs amigos. Estou adaptando um texto para teatro, superbonitinho, com o mesmo tema. Teatro é sempre uma caixinha de surpresas, mas espero poder postar, em breve, novidades concretas sobre ele aqui.

A praticamente dois meses da minha primeira exposição, a ansiedade começa a dar sinais claros, mas tenho tentado me manter tranqüilo, focado. Pra dar uma animada, ouço o novo CD ao vivo da Vanessa da Mata e também o delicioso “Tropicália”. Recomendo os dois e mais a balada “Agora Eu Já Sei”, da Ivete Sangalo, que promete ser o hit do dia dos namorados. Sem contar que a biografia da Clarice Lispector, escrita por Nádia Gotlib, presente de aniversário da minha querida amiga Fernanda, está sempre ali ao meu lado, me ajudando a desvendar alguns dos mistérios de Clarice e me inspirando sempre.

Num rasante por São Paulo, vi algumas exposições excelentes, mas que já saíram de cartaz, por isso não as comentarei, também não tive tempo de ver ainda “Vik”, no Masp, nem Legér, na Pinacoteca. Mas essas duas eu faço questão de comentar depois. Quero muito assistir também ao filme “Do Começo ao Fim”. Não viu o trailler ainda? Vá correndo ao Youtube e depois me conta o que achou.

Não posso esquecer de fazer uma homenagem ao meu irmão Luis Gustavo que ganhou a Medalha do Mérito do Trabalho, concedida pela Câmara Municipal, no dia 30 de abril. A cerimônia foi no Teatro Procópio Ferreira e foi bem emocionante para nós, familiares e amigos. Parabéns, meu irmão, você é muito especial para nós todos!

Vou ficando por aqui, mas volto voando, eu sempre volto. Beijos e abraços alados!