domingo, 10 de agosto de 2008

ARTE NA CIDADE




Para alguns o inverno é a pior estação do ano, não para mim. Sofro um pouco com a queda de temperatura, mas considero indispensável se aventurar pelas ruas em dias chuvosos. Praia mesmo é linda no inverno. Mar e céu se fundindo num espetáculo de encher os olhos. Outro programa que não pode faltar nessa época do ano é visitar museus e galerias de arte. São Paulo mesmo fica repleta de boas opções. E quando falo em boas opções me refiro também a preços. Consigo fazer ótimos programas culturais, em Sampa, com tudo na faixa. A Pinacoteca, a Estação Pinacoteca e o Museu da Língua Portuguesa (todos próximos um do outro), por exemplo, não cobram ingresso aos sábados e, nos demais dias, a entrada custa R$ 4,00 (estudantes e aposentados pagam meia). Convenhamos, também não deixa ninguém mais pobre. A Pinacoteca é um dos melhores museus do país e tem um acervo maravilhoso. O prédio por si só já vale a visita. A segurança também foi reforçada.
Como estarei em Sampa a cada 15 dias, por conta do meu curso de História da Arte no Brasil – Primitivismo Tecnizado, na Estação Pinacoteca, vou procurar descobrir coisas bacanas e indicá-las a vocês.

Vale a pena conferir:

ARTE CONTEMPORÂNEA BRASILEIRA. Na Estação Pinacoteca. Há um quadro belíssimo da Beatriz Milhazes, “Moon”, (tirei algumas fotos dele). No momento, ela é a nossa pintora em atividade de maior prestígio internacional. Há uma mostra paralela também sobre abstracionismo, muito interessante, com destaque para esculturas de Lygia Clark. Quem quiser ver esta exposição tem que correr, porque já deve estar acabando.

MACHADO, MAS ESTE CAPÍTULO NÃO É SÉRIO. No Museu da Língua Portuguesa. Sinceramente acho que o Brasil não faz por merecer o escritor Machado de Assis, pegando carona numa famosa frase do Caetano. O maior escritor brasileiro não recebe homenagens dignas, no centenário de sua morte, não sei por qual razão. Não o alço à categoria de “gênio”, aliás, sou completamente avesso a rótulos, mas é, evidente, que Machado foi o escritor mais completo do seu tempo e, assim como as obras de Shakespeare, as suas também são atemporais. Único escritor brasileiro a fulgurar na lista do temido crítico norte-americano Harold Bloon.
A exposição é muito bem cuidada, mas faltaram ilustrações fundamentais da obra do escritor. Os “braços” que estão presente em praticamente toda a obra de Machado foram esquecidos. Uma instalação de braços de manequins, por exemplo, resolveria tranquilamente o problema. Dividida em módulos, “Olhos de Ressaca” é a minha favorita.

ESPIRITOCULTO, de Christian Cravo, na Caixa Cultural São Paulo, na Paulista, no Conjunto Nacional, até 31/08. Exposição de fotografias em P&B. Não sei se o fotógrafo pertence à família do fotógrafo baiano Mario Cravo Neto, mas vi bastante semelhança entre o trabalho dos dois, além do sobrenome, claro. As fotos são bem bacanas, naturalistas. Gostei muito.

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