O mar tem uma força muito grande sobre mim. Não sei exatamente quando isso começou, mas me lembro de algumas vezes, mesmo à noite, ter saído da faculdade pra ficar alguns momentos apenas vendo e ouvindo o barulho do mar. Absorvia aquela energia por um tempinho e depois voltava pra sala de aula totalmente renovado. Essa semana, numa pequena folga, fui fazer o mesmo e, para minha surpresa e alegria, havia ressaca. A água quase chegando ao calçadão. Apenas surfistas corajosos se aventuravam a romper aquelas ondas. Havia vários deles e fiz imagens lindas. Lembrei-me de uma crônica que escrevi há um bom tempo que narrava a história de um desses meus momentos íntimos com o mar. Foi em 2004. Eu estava nas Pitangueiras. Chovia bem fraquinho. O mar estava também bravio, mas não tanto quanto o desses dias. Fiquei observando os surfistas e um deles se aproximou de mim. Reconheci a sua fisionomia, mas não sabia exatamente o seu nome, apenas que tínhamos um amigo em comum...
“Queria dizer-lhe: ‘Você não é amigo do Rodrigo?’. Ele apressou-se: ‘E aí, cara, saiu da faculdade?...’. Entre negativas, enganos e palavras balbuciadas, o surfista se dispersou e eu também. Nem tive tempo de dizer-lhe: ‘Você não é...’. Esquece. Ficou na minha memória aquele sorriso, a chuva, o sorriso, a chuva... E principalmente esta lição: ‘Não importa a fúria dos nossos problemas, temos de enfrentá-los, pois o sorriso há de ser vindouro’”.
É isso. E a vida segue agitada.
4 comentários:
NO ano de 1991, eu fui passar férias numa praia deserta no litoral do Piauí. O povoado era tão pequeno que dava para contar nos dedos de uma mã só, quantas casas de pescadores haviam. A excursão se hospedou em uma delas. a mulher do pescador fazia o café, almoço e jantar, tudo incluido no pacote. Nunca vi tanta comida. apesar de está metros de distância, ainda não tinha visto a praia. Tomei um chock! a praia era deslumbrantemente deserta. eu me lembro que tinha uma cabana fincada na areia. Não era um bar e nem quiosque. Era apenas uma cabana para fazer sombra aos pescadores. Se tinha turista na área, algum deles levava um isopô para vender bebida e um rádio. Eu andei na práia de cabo a rabo. finalmente eu parei, me sentei e apreciei. Senti-me previlegiado. Eu tava sozinho naquela imensidão e eu era um dos poucos que veria aquela natureza. Eu senti tanta liberdade que me despi. A praia estava deserta. entre na água. Estava morna. Depois de algumas horas, voltei para a cabana. Estava tocando no rádio Marina Lima. pedi uma cerveja e lá na area, fiquei a deriva. Eu não sairia dali até ver o por-do-sol. Esse era meu grande sonho: Ver um por-do-sol,e eu mergulhado ao mar. Eram 6.30 horas da noite quando sol se pôs. Eu fiquei na água até o sol sumir de vez. E apreciei a cor laranja do céu contrastando com o azul cintilante. olhei para a cabana e todos já tinham ido embora. Eu fui embora também.
Vou levar esse momento comigo sempre.
PS: muito obrigado por suas palavras. estou sempre por aqui lendo os seus posts.
cheers!
Pedro
Aguardemos os sorrisos...ou o sorriso...
Abraço, vc me traduz bastante com seus textos, é bom e raro quando isso acontece.
Aguardemos os sorrisos...ou o sorriso...
Abraço, vc me traduz bastante com seus textos, é bom e raro quando isso acontece.
Linda conclusão! E como ela é necessária! Abraço!
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