sábado, 19 de dezembro de 2009

MUSIC AND ME

"O mundo é um moinho..." Cartola, sempre!

Do retrô ao contemporâneo

Já fazia algum tempo que eu queria postar aqui sobre música. Na semana passada, um amigo meu me visitou e viu no meu ateliê um rádio bem antigo e o meu walkman azul da Sony. Imediatamente nos reportamos aos nossos tempos de colégio, numa época pré-ipod, e começamos a falar do que ouvíamos, das matinês que frequentávamos, enfim, deu logo vontade de escrever sobre o assunto. Coincidentemente, um dia depois, recebi aqui no Blog um convite do Jay, do Ká entre Nós, para participar de uma postagem coletiva sobre música e topei na hora.

A música está presente na minha vida, desde a minha primeira infância, porque o meu pai tinha uma empresa chamada SuperStar Som, que colocava som em festas na cidade, promovia bailes de formatura, etc. A minha casa vivia cheia de LPs e fitas cassete e eu adorava ficar mexendo nos bolachões, ver os encartes, aquelas imagens bem coloridas, os figurinos espalhafatosos, tudo aquilo me fascinava. Ao invés de ouvirmos Balão Mágico e cia., ouvíamos tudo que estivesse em voga no momento, basicamente muita MPB e música regional baiana. Mas essa fase nem conta muito porque a música não tinha o sentido que ela só viria a ter pra mim, na adolescência. Quem não teve uma trilha sonora do primeiro amor, né? Hoje, com as facilidades da internet, o normal é baixar a música na hora, mas eu ainda peguei a época da rádio FM. As melhores músicas pop só se ouviam na Jovem Pan e Transamérica. Faz tempo que não ouço rádio, então não sei se elas ainda tem o mesmo impacto que antes, mas suponho que não, parece que se resumem ao hit parade e às notícias do trânsito, pelo menos em cidades maiores como São Paulo.




No auge da minha puberdade, depois de toda a melancolia das músicas sertanejas que tomou conta do país, conheci a música da cantora Daniela Mercury e passei a ser seu fã, com direito a ir a todos os shows, pedir autógrafo e outras loucurinhas, como gastar a minha mesada em CDs e revistas e jornais em que ela aparecia. Na verdade, eu ainda gosto das músicas dela. Ela soube direcionar bem a sua carreira e não se tornou refém do ritmo que a consagrou, “mesmo que erre, é para o futuro”. Daniela já cantou com Tom Jobim, Chico Buarque, Caetano, Gil, entre outros, mas também vive flertando com a música eletrônica, samba e agora está numa onda de retomar a Tropicália, que eu adoro. É dessa fase também a leitura de “O Jovem Lennon”, de Jordi Sierra i Fabra, uma biografia juvenil de John Lennon que li no colegial e da qual nunca me esqueci.

Minha primeira sleeveface

Depois dessa fase macaco de auditório, já na faculdade, descobri Maria Bethânia, Ana Carolina, Adriana Calcanhotto, Vanessa da Mata, Marisa Monte, Marina Lima, Cartola (que eu amo), Paulinho da Viola, Caetano Veloso, U2, muita música dos anos 80, gospel, pop, hip hop, enfim, não tenho o menor preconceito, ouço tudo e vou selecionando naturalmente o que me agrada. Fica quem tem maior empatia com o que estou sentindo, no momento, se tem bom gosto, etc. Proust tem uma frase que eu acho ótima: “Detestem a música ruim, não a desprezem”. Concordo plenamente. Não consigo imaginar um churrasco de domingo ao som de Beethoven, por exemplo. E depois, por mais que gêneros como funk, pagode, música sertaneja, forró e axé se deixaram banalizar, existe algo louvável em todos eles: a inegável capacidade de (re)invenção dos seus compositores. Não pensem nas letras fáceis, no excesso de vogais, palavras de duplo sentido, etc, mas, sim, na inventividade desses caras, no ritmo dessas músicas que quase sempre é contagiante. Não se trata de um elogio à música ruim, mas pensem bem: dentro desse nosso país que é enorme, onde cada estado é tão diferente um do outro, com tamanha disparidade sociocultural, “a música ruim pode não ter o seu lugar na história da Arte, mas é imenso na história sentimental dele”.

Não vou me arriscar a fazer uma lista das mais mais do meu i-pod, porque inevitavelmente faltaria com algum cantor ou cantora, mas vou lançar a vocês uma pergunta. Qual o verso de uma canção que vocês mais curtem? O poeta Manuel Bandeira achava lindo “Tu pisavas nos astros distraída”. O meu é “O canto do negro veio lá do alto. É belo como a íris dos olhos de Deus”. Toda vez que ouço isso me emociono. Ah, tenho curtido também uma série chamada Glee, da FOX, não sei se vocês conhecem. Ela mistura comédia, drama, musical. É bem interessante. Outro dia, morri de rir quando vi um time inteiro de baseball dançando “Single Ladies”, da Beyoncé. E também estou doido pra ler “Morangos Mofados”, do Ramon Mello. Pelo que andei lendo sobre o livro dele, tem tudo a ver com o tema de hoje. E já ia me esquecendo, só canto mesmo no chuveiro rs. Bem, é isso, pessoal. Obrigadão, de verdade, pelos belos comentários sobre o meu trabalho, no post anterior. Vou visitar todos os blogs esta semana, estou em dívida com vocês. Volto ainda com uma mensagem de Natal. Abração!!!

9 comentários:

Átila Goyaz disse...

hehe tem uma música da Vanessa da mata que o refrão é bem contagiante "Você vai me destruiiiiir" ,

olha eu tb convivi com essa época de rádio qdo era criança...adorava qdo chegava a meia noite e ficava ouvindo aqueles "love songs".

Tb curto muito Mpb, todos esses catores citados!

ahh sim Daniela Mercury é show de bola e a música que eu mais gosto dela é "Beat Lamento"

abraços!

GilsonBicudo disse...

..... e lembrando também que Mozart era considerado "comercial" demais por seus contemporâneos. Deu no que deu: ninguem é capaz de lembrar um nome sequer dos tidos como "de qualidade" na época...e Mozart virou um deus.

GilsonBicudo disse...

sobre o verso...... entre tantos, me pega especialmente esse: "DIZ PRA EU FICAR MUDA, FAZ CARA DE MISTÉRIO, TIRA ESSA BERMUDA QUE EU QUERO VOCÊ SÉRIO" ...... sempre na voz (sub-aproveitada) de Paula Toller...

Paulo Henrique de Moura disse...

Carissímo Luiz são tantos versos... Mas vou citar o que amo demais:
"Sou sua noite, sou seu quarto
Se você quiser dormir
Eu me despeço
Eu em pedaços
Como um silêncio ao contrário
Enquanto espero
Escrevo uns versos
Depois rasgo..."
Este é um trecho de "Uns Versos" composição da Adriana Calcanhoto gravada pela Bethânia em Âmbar em 1996. Um dos meus discos prediletos dela. Mas são tantos versos que ficaria horas aqui...

Anônimo disse...

Amiable post and this mail helped me alot in my college assignement. Thank you as your information.

Anônimo disse...

Littleee :)

realmente faltava um post assim!

Lendo seu post lembrei do radinho Gradiente que eu tinha, azul, com um microfone =D haha eu e minha prima passávamos hoooooooras gravando com ele :) a gente cantava de tudo! até de entrevista a gente brincava, como isso era bom! saudades...


Daniel Mercury?! acho q não tem quem não a curtiu em algum momento...minha fase Daniela foi: "o canto dessa cidade sou eu..." HAHA

Outra coisa q eu lembrei tbm, foi de qdo eu brincava com minha prima ao som de "tira a calça jeans, bota o fio dental, morena vc é tão sensual...♪" hahaha, realmente, deteste a música ruim, mas não a despreze!


Sertanejo!? eu era apaixonada por Leandro e Leonardo =x até os filhotinhos da cachorrinha q eu tinha receberam esses nomes. Sertanejo até hoje me lembra churrasco em família e pra mim, churrasco sem esse ritmo, não tem graça! (mesmo que ele só esteja dentro de mim ^^)



Nesse momento te falar uma música marcante, um trecho é difícil. São tantos. Mas, fico com: "amanheceu, é hora de voar!"


Beijooos

Anônimo disse...

*faltou o A no nome da DanielA ;D hihi

Anônimo disse...

o nome do livro do poeta Ramon Mello é 'Vinis Mofados'.

'Morango Mofados' é nome do livro de contos de Caio Fernando Abreu, do qual Ramon Mello faz referência.

Anônimo disse...

Thanks :)
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