Escolhi essa frase da Virginia Woolf, porque, de ontem pra cá, me bateu uma vontade, sem precedentes, de sumir. Não me perguntem pra onde. Topo qualquer destino, desde que, nesse lugar, eu seja uma outra pessoa. Fiquei horas olhando para os mesmos quadros, esboços e tintas e me perguntando: “É isso?”. Quis dormir. Em vão. Verifiquei e-mails, mas não havia nada que modificasse a minha vida. Tentei até o áudio-livro “O Pequeno Príncipe”, mas, de tudo que ouvi, o mais interessante foi: “Desenha-me um carneiro...”, no que fiquei repetindo aquilo feito um parvo, imitando o pequeno monarca com uma vozinha esquisita. Cheguei à conclusão de que toda pessoa que trabalha com criação artística, que tem que extrair idéias de si mesmo, todos os dias, deve passar por esse esgotamento emocional. Agora só me interessa saber quando renasço. Pode ser amanhã ou quem sabe quando estiver transbordando daquele estado de amor que deixa as pessoas a um palmo do chão. Ou quando superar o medo da perda e cativar inúmeras pessoas a quem possa chamá-las de meus amigos. Ou, o menos provável, se perceber que tudo isso não passou de um pesadelo. É melhor vocês ficarem com as belas imagens que fiz na orla de Santos e que fazem parte da continuação da série “Celebração do Silêncio”. E a vida segue gótica.
domingo, 23 de novembro de 2008
CELEBRAÇÃO DO SILÊNCIO II
Escolhi essa frase da Virginia Woolf, porque, de ontem pra cá, me bateu uma vontade, sem precedentes, de sumir. Não me perguntem pra onde. Topo qualquer destino, desde que, nesse lugar, eu seja uma outra pessoa. Fiquei horas olhando para os mesmos quadros, esboços e tintas e me perguntando: “É isso?”. Quis dormir. Em vão. Verifiquei e-mails, mas não havia nada que modificasse a minha vida. Tentei até o áudio-livro “O Pequeno Príncipe”, mas, de tudo que ouvi, o mais interessante foi: “Desenha-me um carneiro...”, no que fiquei repetindo aquilo feito um parvo, imitando o pequeno monarca com uma vozinha esquisita. Cheguei à conclusão de que toda pessoa que trabalha com criação artística, que tem que extrair idéias de si mesmo, todos os dias, deve passar por esse esgotamento emocional. Agora só me interessa saber quando renasço. Pode ser amanhã ou quem sabe quando estiver transbordando daquele estado de amor que deixa as pessoas a um palmo do chão. Ou quando superar o medo da perda e cativar inúmeras pessoas a quem possa chamá-las de meus amigos. Ou, o menos provável, se perceber que tudo isso não passou de um pesadelo. É melhor vocês ficarem com as belas imagens que fiz na orla de Santos e que fazem parte da continuação da série “Celebração do Silêncio”. E a vida segue gótica.
PADRES DO CALENDÁRIO
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
MEU ENCONTRO COM "ZÉ DO CAIXÃO"
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
EXTRA-EXTRA!
domingo, 9 de novembro de 2008
NAQUELA ESTAÇÃO
O FLAUTISTA DA ESTAÇÃO DA LUZ
Tudo que não se vê é mais fácil de imaginar?
Não sei o que me faz prestar tanta atenção nas coisas. Talvez um desejo inconsciente de desviar o olhar de mim para o outro. E não me importa quem ou o que seja o outro. Qualquer coisa pode ser recreio para os olhos. Literalmente. Confesso, podem me tirar todos os sentidos, mas não suportaria viver sem a visão. Tudo pra mim é muito visual. Por isso entendo aquele amargor no final da vida de Jorge Luís Borges. Tudo isso pra dizer que, como sempre faço depois de sair da Estação Pinacoteca, passei na Estação da Luz, mas dessa vez para registrar algumas imagens em P&B. Um dia perfeito para elas. A luz dramática do final da tarde, o metrô ainda bastante movimentado, personagens anônimos incríveis. Muitos estranhos. Ser estranho é tão bom, né? Não há preocupação com a vergonha de ontem e nem com o medo de amanhã, apenas vive-se no anonimato de ser. Longe da movimentação de passageiros, um casal de namorados (ou seria amantes?) se destacava dos demais pelas suas “feições petrificadas de alheamento”, encostados à grade de proteção, no piso superior. Uma cena que me lembrou, imediatamente, uma reportagem da Marie Claire sobre a China que li, nos anos 90. Fiquei ali por algum tempo e depois fui embora. A imagem da mãe boliviana apoiando o filho para que ele visse a partida do metrô é uma das melhores que já fiz até hoje. Enfim, julgava já ter tido um dia bom, uma aula boa, imagens interessantes, mas, para minha total surpresa, naquele mar de gente que invade a Estação, de minuto a minuto, vejo um velhinho tocando uma flauta, solitariamente, numa dessas escadas que intermedeiam as rolantes e que as pessoas só as usam, quando não há outro jeito. Fiquei olhando um pouco pra ele, louco pra registrar aquele momento, mas segui adiante. No entanto, não pude cruzar a catraca, voltei para fazer aquela imagem. Claro, pedi a autorização e ele ma concedeu. Aproximando mais, porque ele também não me ouvia direito, percebi que era cego. Não só cego como tinha também um olho vazado. Imaginem, vocês, uma pessoa com todos os motivos do mundo para ser infeliz, mas que, ainda assim, não aparentava tristeza. Melhor, não vivia tristeza. E sem amigos, mas com uma flauta. Fiz um videozinho, o primeiro que posto aqui, desse momento tão tocante. Espero que vocês gostem.
domingo, 2 de novembro de 2008
OS EGONAUTAS_# 04
Você bem que podia fazer uma comunidade pra mim, no Orkut, né?
Pelo amor de Deus! Até aqui, Cadu?
Eu sou o seu melhor amigo, o mais articulado, confiável...
Modesto.
Vai dizer que, pra você, eu não sou interessante?
Nivelando assim por baixo, até o Mark Chapman é uma figura interessante.
Eu também li O Apanhador no Campo de Centeio, tá bom?
Mas não teve a brilhante idéia de matar o John Lennon. OK. OK. Foi só pra chocar. Meu, pára de perseguir esse lance de fama na web. Se tiver de rolar, vai ser naturalmente.
E um verbetezinho na Wikipedia?
Às vezes, eu acho que você saltou das páginas de um desses livros do Nick Hornby e tá aqui pagando de adulto. Não é possível!
Todas as pessoas que interessam na Internet têm uma comunidade pra chamar de sua, pra se exibir pros amigos. Menos eu.
Empresta uma grana aí, vai. Estou sem um puto pro cigarro.
Só se você fizer a minha comunidade.
Ordinário. Mas, olha, não vou perder meu tempo moderando essa sua autolouvação, não, viu?
Vendida.