domingo, 26 de outubro de 2008

ODE A UM DIA SIMPLES

"Assim eu quereria o meu último poema / Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais". Manuel Bandeira






O que esperar de um domingo que ele não seja apenas SIMPLES? A menor das banalidades pode ter importância fundamental na vida de cada um. Geralmente, na juventude, costumamos ignorá-la. Estamos tão preocupados em agarrar o mundo com as próprias mãos que pequenos grãos de felicidade vão se perdendo por aí. Nunca me esqueço de uma crônica da Clarice Lispector, que saiu na década de 70, no Jornal do Brasil, intitulada “Um Ato Gratuito”. Depois de chegar ao limite emocional, tudo que a escritora precisava era de um passeio no Jardim Botânico. Hoje, me concedi a esse tão necessário ato de auto-indulgência. Dei um pulo na casa da minha amiga Fernanda onde lá se encontravam também duas de suas amigas e mais duas filhas de uma delas, as pequenas e encantadoras Luana e Sofia. Ali, por alguns momentos, rememorei a minha infância, um dos períodos mais felizes senão o mais feliz de nossas vidas. Quando se é criança, o futuro não passa do dia seguinte com a promessa de ir a um parque ou praia ou qualquer um desses programas saborosos que as mães costumam nos subornar para ficarmos quietos. Aliás, a melhor corrupção materna. A minha sempre me prometia também bolos. Como não fica bem me levar hoje a um parquinho de diversões, quando quer tirar alguma coisa de mim, ela usa o bom e velho golpe do bolo de laranja ou da torta de banana. Claro, não resisto. Não se deve resistir a um pedido de mãe. E passeamos ali, no calçadão da praia, como se estivéssemos numa novela do Manuel Carlos, absolutamente felizes. As meninas brincaram na areia, se lambuzaram em sorvetes, contagiaram a todos que passavam com os seus sorrisos francos e gestos brincalhões... E com um lindo pôr-do-sol, na Ponta da Praia, me despedi do nosso dia de recreio. Um dia para lembrar que viver e ser feliz ainda é possível.

2 comentários:

Anônimo disse...

novelas do Manuel Carlos me irritam :P
eu não tive uma infãncia muito agradável.... mas isso não se deve a minha familia, pois ela sempre teve presente na minha vida.... meu problema de infancia ocorreu na escola.... gosto muito de crianças, tenho 3 afilhados lindos... preciso tirar fotos com eles.... alias, preciso tirar fotos com a minha familia também

um grande abraço


Lore.

Anônimo disse...

Eu amo as novelas de Manuel Carlos, são tão realistas...assim como o nosso dia foi real, e só possível pq tenho pessoas maravilhosas como vc na minha vida.