domingo, 23 de agosto de 2009

ON THE ROAD


Final de semana bastante melancólico, o que me salvou foi a leitura de “Geração Beat”, de Claudio Willer, um pocket book delicioso sobre um grupo de poetas, escritores e artistas norte-americanos que provocaram grande alvoroço, na década de 50, por causa do caráter inovador e contestador de suas obras. Os meus favoritos são os três mais citados: Jack Kerouac, Allen Ginsberg e William Burroughs. Mais conhecidos como beats ou beatniks, eles inspiraram principalmente os jovens a romperem com o estilo de vida careta dos Estados Unidos, nos anos 50, e a procurarem novos modelos de expressão. Aliás, acabo de descobrir que essa mesma época foi descrita pelo escritor Henry Miller como “pesadelo com ar condicionado”, referência ao tendencioso american way of life, que tomou conta do pós-guerra e que nos influencia até hoje. Além do apelo subversivo de suas obras, eles possuem biografias repletas de histórias interessantes, onde drogas, muuuuito sexo livre e até crimes aparecem como meros coadjuvantes de “uma rede complexa de relacionamentos pessoais”. “Geração Beat” traz um apanhado dessas histórias e mais comentários críticos das principais obras. Dá pra ler bem rapidinho, não custa caro e ainda pode ser comprado em bancas de jornais.

A primeira vez que ouvi falar nessa turma de escritores foi na antiga revista "VINTE", em abril de 1999. O editorial “Romance beatnik”, todo em P&B, muito bem editado pelo Paulo Martinez, era lindo. Depois, a Adriana Calcanhotto os citaria também em “Remix Século XX” e, daí por diante, fui me interessando cada vez mais por eles. Não li ainda “On the Road”, de Jack Kerouac, apenas alguns trechos e poemas de Allen Ginsberg, mas não tenho pressa, tudo ao seu tempo.

Sabendo que Walter Salles, um dos meus cineastas preferidos, está em vias de filmar “On the Road”, fui à palestra de Claudio Willer, que aconteceu antes da noite de autógrafos do seu livro, no Sesc-Santos, na semana passada. A palestra não foi nada empolgante, pelo contrário, achei lenta demais, beirando ao insuportável. Das duas uma, ou o autor não tem um pingo de carisma (o que é mais provável) ou estava num dia de cão. Sobre o filme do Waltinho ele foi bastante categórico, não vai sair. Segundo ele, mesmo se fizesse uma trilogia como a do “Poderoso Chefão”, não seria suficiente para tantas histórias. Figa, pé de pato, mangalô três vezes! A sua sugestão seria uma série como a extraordinária "ROMA", da HBO, com temporadas a perder de vista, o que não seria nada mal, mas não teria o mesmo impacto. Pelo menos, pra mim.

A pretexto de divulgar o seu livro aqui no blog, pedi a Claudio Willer que me respondesse três perguntinhas inocentes. Juro, não tinha maldade nenhuma nelas. Bem, mas, como vocês poderão ler, quem pergunta o que quer...
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Em linhas gerais, os beats foram vagabundos que deram certo?
Nem todos, né? O Kerouac morreu na miséria e de alcoolismo, Cassady se autodestruiu...

Quem seria uma figura beat, nos dias de hoje? A Amy Whinehouse, por exemplo?
Não. Beat é movimento literário, movimento de poesia. Não vamos confundir com cultura pop, embora a cultura pop deva muito à beat.

(só para vocês não acharem que eu viajei completamente na pergunta, veja o que diz um dos trechos do livro dele: “A beat foi sonora. Tem discografia, e não só bibliografia” p.13).

Sobre a crítica em relação a eles, não esquecem o lado da literatura e focam sempre nas suas vidas, na sexualidade, no radicalismo político, naquelas histórias todas?
Está cheio de crítico preconceituoso e preguiçoso por aí. A questão é ler direito. No que eu li e mostrei (na palestra) uma série de coisas ficaram claras.
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Então, tá. Vou ficando por aqui. Em breve, apareço com novidades. Abração!

9 comentários:

Paulo Ferba disse...

Oi Fabiano!

Sim, eu vi as fotos da campanha do Sergiok com Marlon, até postei no blog.

http://ferbafashion.blogspot.com/2009/08/agora-no-palacio.html

Abraços

Cristiano disse...

Valeu mesmo a dica do "Geração Beat", pois quase passa despercebido aos meus interesses pessoais, portanto te digo que realmente preciso ler...

Mas, nem fique tanto melancólico, será mesmo que sua semana foi toda assim? Espero que não...

Fica bem!

Hugo de Oliveira disse...

Luis,

Parabéns pelo blog...gostei muito. Já sou um seguidor daqui, pois quero voltar outras vezes.

Abraços

Hugo

Anônimo disse...

Lindoo L. Sheep! :)

nossa, a primeira vez q ouvi falar deles foi aqui =x - to mal hein!? *rs

Saudades!!
amooooO!
beijos

*desculpa a demora pra aparecer por aqui.

Unknown disse...

hola!
gracias por pasar por mi blog.
me alegro que te haya gustado la pelicula
saludos
Lucas

muy bueno tu blog!

Valdeir Almeida disse...

Luís,

Não conhecia o “Geração Beat”. Mas pelas informações que você passou já dá vontade de ler.

Gostei do seu blog. Cheguei até aqui através do Cristiano.

Abraços.

@JayWaider disse...

Luis,
Wow quanta cultura e informação. My head is spinning around. O mais fantástico de cada blog é exatamente isso: completar e ampliar nosso - as vezes - vago conhecimento das coisas. Vale sempre a pena.
Boa semana!

Unknown disse...

você sumiu... quero post novo... risos... sinto falta dos teus textos. Vem cá, você tem a peça infantil para me enviar, adoraria ler.... claro, se quiser... eu vi duas vezes, veria 100 , de tanto que amei...
Beijão do amgo paulistano afogado,
Ricardo
aguieiras2002@yahoo.com.br

Anônimo disse...

Olá Fabiano

Tive um problema técnico no meu Blog e quase perdi o contato contigo porque não tinha você como seguidor do meu Blog. Enfim achei e é bom estar aqui de novo compartilhando momentos contigo.
Está faltando tempo para escrever amigo.

Abraços e aparece por lá.