segunda-feira, 20 de outubro de 2008

CORREIO SENTIMENTAL


O Desespero de Amar

Apenas aqueles que amam sabem o que eu digo
Entendem a língua com que me comunico
E compreendem os versos que escrevo e depois rasgo
(cada qual com o seu próprio mistério de amar).

Apenas aqueles que amam sabem por que digo isto
Por que passo noites em claro
Na tentativa inútil de verbalizar esse desejo louco
Essa vontade de um querer o outro, para a vida inteira.

E, se ainda não digo o que deveria dizer,
É porque o Amor não se expressa com palavras,
Nem com gestos, poemas, serenatas,
Apenas podemos senti-lo, vivê-lo, mais nada.

Não sou de escancarar a minha vida pessoal por aqui, mas gostaria de dividir com vocês esse poema que, cá entre nós, é bem bonitinho e foi o que sobrou da minha primeira experiência amorosa. Essa é a minha maneira wildiana de dizer: “De um coração dilacerado tiram-se inúmeras edições”. No meu caso, não passa da combinação: alguns versos e lágrimas poucas e caídas. Nada mais. Nada menos. Estar preso por vontade (que pego emprestado de Camões) é a melhor definição de amor. Escolhi justamente “O Desespero de Amar”, ilustrado pela bela imagem de Rafael Assef, porque, é claro, não posso fugir ao assunto do momento: a morte da adolescente Eloá Pimental, por um louco que dizem por aí que a amava demais. Ora, amor é algo tão mais sublime, tão mais especial, jamais chamaria o que ele diz sentir por ela de amor e, sim, obsessão, vontade de poder e de fama. Por isso, a quem interessar possa, sempre desconfie de duas coisas fundamentais: quando alguém usar a palavra AMOR, no grau máximo de banalidade e quando os dias sucederem cheios de ligações telefônicas intermitentes. Qualquer fracasso amoroso começa com alguém ligando pra você de 4 a 5 vezes por dia. Ao permitir esse tipo comportamento, já estamos a caminho do calvário. Daí para as brigas é um pulo. Sem contar os objetos pessoais que depois são quebrados ou atirados pela janela. Fica apenas aquela sensação de amargor na alma, de aniquilamento, quase irreversível. Mas havemos de nos livrar desses seres perigosos que nasceram com a maior das incapacidades, a de amar. Um ótimo termômetro para saber se um relacionamento vai dar certo é quando a pessoa respeita a sua individualidade. Caso contrário, fuja. Vá para o Alasca, se for preciso, mas não tente suportar a convivência com esses desequilibrados. Tenha um pouco de desvelo por si mesmo... (...) Leitor amigo, preciso me dispersar, o meu telefone está tocando. Bye!

1 comentários:

Anônimo disse...

É foda ter q viver com desequilibrados e egoistas.... eu sei muito bem como é isso!!!!!
meu msn não quer conectar de jeito nenhum... e eu quero ver seus quadros novos!!!!!!!!
abraçosssss

Lore.