sexta-feira, 11 de maio de 2007

INVESTIGANDO A LÍNGUA

Outro dia, me peguei pensando por que gosto da palavra “bacana”. Por que “bacana” e não “legal”? Cada pessoa tem afinidade por umas palavras e outras não. Comigo funciona assim. Já tive, por exemplo, muito preconceito em relação à palavra “coisa”. Sempre me pareceu uma palavra menor, vaga, imprecisa. Torcia o nariz, quando alguém resmungava: “Que coisa!”. Tá e daí, que coisa o quê? A impressão é que ela já nasceu pela metade. Por falar nisso, o nascimento das palavras é para mim um grande mistério. Fico pensando quem teria dito certas palavras pela primeira vez. Agora, gostaria de saber quem criou a palavra “bacana”. Teria alguma relação com “bacanal”? Teria um passado nobre ou nasceu da marginalidade da fala? Imagino um figurão do tempo do Império falando à boca pequena: “Viu que mulatinha bacana?”. É. Não combina com aquela época. Mas não importa. Pra mim, “bacana” vai ser sempre uma palavra... bacana. Caetano Veloso fez até uma música chamada “Superbacana”. Mas aí já não é a mesma coisa. “Bacana” soa melhor solitária, ingênua, irresponsável. Costumo criar em cima de títulos e estive pensando em “Bacanas e Babacas”. Daria uma ótima comédia de costumes. Por favor, alguém saberia me dizer qual a origem da palavra “bacana”?